Após amplo restauro iniciado em janeiro de 2021, a Catedral Imperial de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, foi reinaugurada. As intervenções contemplaram a implantação de uma galeria de arte autoexpositiva e de um circuito de visitação do interior da cobertura do templo, que prometem incrementar a visita de fiéis e turistas.
De caráter multidisciplinar e complexidade logística, as obras foram fomentadas pela Lei de Incentivo à Cultura e acompanhadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que fiscalizou e deu suporte às intervenções. Fruto do projeto proposto pela Mitra Diocesana de Petrópolis, a execução contou com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, por meio do BNDES Fundo Cultural, investiu R$ 13,1 milhões na Catedral Imperial.
O mausoléu onde se encontram os restos mortais da família imperial foi inteiramente restaurado. Além disso, nas cúpulas e agulhas neogóticas foi instalada uma passarela para contar a história da construção do templo e exibir documentos históricos da fundação da cidade. Esta nova área torna a torre acessível ao público: a 70 metros de altura, exibe vista panorâmica da cidade.
O restauro contemplou ainda serviços de limpeza, recuperação das fachadas, cobertura e revestimentos interiores. De maneira paralela, foi realizado um amplo trabalho de reforço das bases estruturais para impedir o avanço de deformações causadas pela chuva torrencial de 1988. Arqueólogos acompanharam de perto este serviço. As melhorias resistiram à tempestade de fevereiro de 2022, o que indica a qualidade das intervenções realizadas.
Outra etapa que se destacou foi o deslocamento das telhas, que estavam fora do lugar. A equipe refez o cálculo e reposicionou os elementos, amarrando-os para que não se soltassem mais.
A Catedral
O atual edifício da igreja começou a ser construído em 1884. Inspirado nas antigas catedrais do norte da França, o engenheiro e arquiteto baiano Francisco Caminhoá delineou o projeto arquitetônico em estilo neogótico. Em 1925, foi inaugurada a matriz, após 37 anos de trabalhos. As obras da fachada só começaram em 1929 e a torre foi erguida entre 1960 e 1969. O templo ostenta um carrilhão de nove toneladas com cinco sinos de bronze fundidos na Alemanha.
A Catedral Imperial foi tombada pelo Iphan em 1980. O tombamento da igreja é uma extensão da proteção conferida, desde 1964, à Avenida Köeler, inscrita no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.
Trata-se de uma das principais vias do plano urbanístico de Petrópolis. Com autoria do Major Júlio Frederico Köeler, conserva aspectos paisagísticos e urbanísticos originais. O leito do Rio Quitandinha margeia o eixo central da avenida, que se inicia na antiga Praça de São Pedro de Alcântara – onde se localiza a Catedral – e termina na Praça de Rui Barbosa.
Iphan.